25 janeiro, 2011

FNAC NÃO CUMPRE AS OFERTAS ANUNCIADAS

Vou publicar aqui para que todos possam ter acesso ao abuso feito ao consumidor.


Segue a minha história com a FNAC.

No dia 10/01 recebi o e-mail de propaganda da FNAC – COMEÇOU O SALDÃO DA FNAC NO SITE COM OFERTAS EXCLUSIVAS. (08:18 da manhã)

Fui ao site ainda no dia 10/01 pela manhã e fiz três pedidos. Preocupei-me em fazer pedidos separados para evitar que aqueles que eu havia incluído no carrinho e constavam como disponíveis acabassem no estoque. Preenchia um pedido e já o fechava para garantir a compra.

Primeiro pedido: 538353288331234
Total de 17 livros
Valor Total: R$ 143,30
Frete Grátis

Segundo pedido: 0211776383319765
Total de 8 livros
Valor: R$ 49,20
Frete: 6,47
Total do pedido: R$ 55,67

Terceiro pedido: 53227262968769
Total de 6 livros
Valor: R$ 49,40
Frete: R$ 6,07
Total do pedido: R$ 55,47


Recebi a confirmação (por e-mail) de cada um desses pedidos. Entretanto, no dia 12 de janeiro, recebi três e-mails (um para cada pedido) informando que os mesmos estavam BLOQUEADOS e que eu deveria ligar para lá para informar se gostaria que os demais livros, disponíveis em estoque, fossem enviados.

Assim liguei para a FNAC e depois de uma longa espera e fiz o desbloqueio dos pedidos. Disse que não concordava com o que estavam fazendo. Que isso feria o Art. 30 do Código de Defesa do consumidor e fui informada que se quisesse esses livros teria que esperar que chegassem novamente no estoque e quando então eu faria um novo pedido mas que deveria pagar o valor original.
Disse que isso era um absurdo mas concordei em desbloquear os demais livros afinal estava com medo de não recebe-los também.

Porém, apenas o pedido 0211776383319765 foi despachado.

Liguei novamente para saber o motivo de não ter recebido os demais pedidos. Informaram-me que ainda estavam bloqueados. Fiz, novamente, o desbloqueio e fiquei aguardando. E não recebi nenhuma confirmação de pagamento. Então liguei novamente, no dia 20/01 e a atendente me informou que os pedidos ainda não haviam sido enviados porque havia 2 itens (1 de cada pedido) em trânsito da loja para o site a fim de me serem enviados. A atendente disse ainda que iria liberar os demais itens e que esses dois livros seriam enviados depois.
Abriu dois protocolos sobre o meu pedido: P7842029 / P7242434

Recebi os dois pedidos neste final de semana (21-23 de janeiro) mas não havia nenhuma informação sobre os tais dois livros que seriam enviados posteriormente. Liguei hoje, dia 25/01 e qual a minha surpresa ao ter sido informada de que esses dois itens haviam sido excluídos do meu pedido, pois esses também não estavam disponíveis em estoque.

Deixei uma reclamação mas a atendente não quis abrir um protocolo em meu nome.

Bem, conclusão é que de todos os meus pedidos, um total de 7 livros não foram entregues sob a afirmação de não tê-los em estoque. Eu havia dito que aguardaria o prazo necessário para reposição do estoque e entrega, mas eles novamente disseram que eu teria que pagar o preço original dos livros e não o valor anunciado no site.

Hoje vi no site que alguns livros informados como indisponíveis para o meu pedido estão disponíveis para compra. Isso é decepcionante . Um desrespeito ao consumidor. Faço questão de receber os livros anunciados e confirmados em meu pedido. Mesmo que tenha que esperar um prazo maior para a reposição do estoque é preciso que eles cumpram com o que foi anunciado.

Art. 30 CDC: \"Toda informação ou publicidade suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.\"

03 janeiro, 2011

Retorno, que nada.

Talvez não devêssemos prometer coisas das quais não estamos muito certos. Em agosto eu disse que haveria um retorno, que na verdade não aconteceu.

Gostaria de ter tempo de me dedicar mais, de escrever mais, de celebrar mais porem a verdade é que o tempo não é uma variável discreta. Não. Ele é contínuo, em suas frações de segundos, que nos permite utilizá-lo conforme delimitamos as nossas prioridades. Então, ao faltar tempo para alguma coisa, há uma denúncia forte, de que essa coisa não era lá assim tão importante.

Mas hoje me deu aquela dor no peito. Aquela vontade de escrever. Aquela urgência de colocar em um papel o que se passa aqui por dentro. Mas, escrever no papel dói a mão e eu prefiro muito mais colocar aqui. Digitar hoje em dia me é mais confortável.

Uma pessoa recitou para mim Fernando Pessoa, eu já conhecia o texto mais ficou tudo mais claro ao ouvir de alguém:

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Ter que passar além da dor. Acho que essa poderia ser a frase para resumir 2010.

E Carlos Drummond de Andrade escreveu esse texto e colocou nele tudo que eu gostaria de dizer:

A UM AUSENTE

Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste

Fazer o quê? Em muitos casos as mudanças são tão rápidas que mal dá tempo de perceber.
E essa angústia de acostumar com a diferença entre que era e o que agora é transtorna a gente. Confunde, machuca e fragiliza.
Mas eu costumo pensar sempre na possibilidade de ser resiliente. De dobrar, curvar, mas não quebrar. De que é sempre possível recuperar o equilíbrio. A dor as vezes teima em voltar de quando em vez, mas é possível sempre ver aquela luz fraca brilhando lá no finalzinho. E quando menos esperamos, ela se fortifica, chega a ofuscar. E a alegria renasce. E a dor se minimiza e nós nos fortalecemos. Até que um novo ciclo se inicie.