A Graça de D-us

Este final de semana foi muito cansativo e triste. Perdi uma grande amiga, uma grande líder, uma pessoa que me discipulou e com quem eu aprendi tudo que sei sobre ministério de Louvor. A Raquel partiu para os braços do Pai mas nós ficamos com uma profunda tristeza.

Quando cheguei naquele cemitério e vi tantas pessoas queridas, chorando, me abraçando, fiquei pensando em muitas coisas. É bem verdade que eu preferia que ninguém fosse me abraçar pois quando estou chorando eu gosto de ficar só mas ainda assim fiquei surpresa com o carinho de todos os meus amigos.

Observei com calma e vi que estávamos todos juntos, naquele momento de dor, estávamos lá, unidos. Estamos sempre a procura desta unidade, mas eu entendo que nestes momentos podemos experimentar a unidade em si mesma. As vezes acreditamos que unidade seja um só pensamento, um jeito de falar, um modo de agir, todo mundo igual. Que balela. Somos muito diferentes para agirmos de forma igual. Se D-us nos criou à Sua imagem e semelhança, imagino que o que Ele espera de nós é um outro tipo de unidade. É aquela do coração, de chorar e nos alegrar uns com os outros.

Saí daquele cemitério com algumas decisões profundas entre eu e D-us. Todos tinham tantas boas palavras para falar sobre a querida Raquel. Seu testemunho perpetuará a sua memória para sempre. E não é isso que realmente importa? Porque no fundo todos nos vamos morrer um dia, embora a gente nunca espere que isso vá nos acontecer de fato, mas para ela chegou o dia do toque do Shofar e o Senhor a levou. E eu fiquei pensando se tivesse sido eu, o que eu teria a apresentar, ou quais memórias deixaria para àqueles que ficariam nesta terra. E eu fiquei triste porque para muitas pessoas, as marcas mais fortes poderiam ser de tristeza, de uma palavra dura, de um olhar mal dado. E aí eu comecei a perceber que D-us, na Sua extrema bondade, me envia a Sua Graça, para que eu possa continuar a caminhar sem essas acusações sobre a minha cabeça.

A noite fomos ao culto da família e eu estava ainda muito mal. Cantei e chorei por quase o louvor inteiro. Não quis ministrar porque realmente me faltavam boas palavras.
Então veio a ministraçao da palavra. Quem pregou foi o Pr. Jeremias e Nilda Fontes. Nos altos de seus 70/80 e poucos anos pude ver quanta sabedoria despejada sobre nós. Imaginei-me velhinha com Dinho pregando. Foi um momento tão impactante. Aquele casal revestido de autoridade, cheios do conhecimento de D-us, e dando frutos, ainda em sua velhice. Que coisa maravilhosa. A palavra foi como um bálsamo, gotejando sobre nossas cabeças.

Fui para casa ainda um tanto abatida, passando mal do estômago e com muita dor de cabeça. Fomos dormir logo.
Ontem fomos ao culto de manhã, eu estava melhor, mas ainda cansada sabe? E no momento da oração eu pude me expressar ao Senhor e senti a presença d´Ele, ali conosco. Algo tão bom. Começamos o louvor e eu estava sentindo muito a presença de D-us. Foi quando eu tive um cântico. Eu havia discutido com D-us algumas vezes dizendo que não mais cantaria meus cânticos no microfone porque quase sempre não havia interpretação e isso não edifica a Igreja, mas desta vez não pude evitar, eu tremia dos pés a cabeça, meus estômago dava voltas e a minha alma gritava, ansiava. Eu chorei, caí de joelhos, e não conseguia estar de pé porque o mover de D-us era muito grande.

Quando tudo acabou e fomos para a palavra, veio então, por intermédio do Pr. Maurício, a revelação do cântico. Ele dizia: Eu sou o D-us único. Que faço maravilhas e coisas estranhas no meio de vos, coisas que vós não entendeis, mas eu mostrarei a minha Glória.

E nós ficamos abismados com esta resposta de D-us, porque a morte da Raquel foi algo estranho para todos ´nós, mas D-us sabe o que está fazendo e Ele nos consola. E foi assim o dia todo. Eu fiquei impactada pelo que aconteceu e no culto da noite tivemos um momento para danças e eu fui dançar com os jovenzinhos. Eu era a mais velha ali no meio, mas eu queria me alegrar no Senhor, pois quando a vida não nos dá muitas alternativas para estarmos alegres, a melhor coisa é nos voltarmos para o Senhor D-us, todo poderoso. Erguendo os nossos olhos para Ele, permitindo que Ele nos encha desta alegria.

E eu me alegrei. E parece que isto chegou até o meu rosto porque eu recebi tantos elogios, de que eu estava bonita, bem, com a roupa bonita e tal. E isso não é muito comum...mas a Bíblia diz que um coração alegre aformoseia o rosto, não é mesmo?

Bem, e a palavra foi muito, muito especial. Estava lá em II Coríntios 12 e dizia assim:

7 E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar.
8 Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim.
9 E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.
10 Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.

E aprendemos sobre o benefício da Graça de D-us, que nos foi dada, não por merecimento mas por amor. De como nós podemos descansar na Graça de D-us, e como Ela é suficiente para nós. Pr. Maurício falava sobre a graça e eu me deleitava nela porque sabia que D-us tinha usado-a para comigo neste dia, entendendo as minhas questões e tristezas e ainda assim, derramando sobre mim o Seu amor incomensurável.

Então Senhor, a Tua Graça me basta, aperfeiçoe em mim o Teu poder e use-me em prol dos teus planos nesta terra. Para mim nada mais importa do que ver executado o teu Reino. Para mim, a vida eterna contigo é o alvo principal. O Teu amor é o meu sustento. E mesmo sendo fraca, a Tua Graça é suficiente para me fazer ir além das minhas forças. Fazer-me correr como a corça na direção das Tuas águas. Quando estou vazia de mim, sou vaso pronto a ser usado para a Tua Glória. Usa-me Senhor. Eis-me aqui. Envia-me a mim.