O pior é ter esse treco que tenho nas pernas, a síndrome das pernas inquietas, ou também chamada síndrome de Ekbon.
Clique aqui e leia aqui a entrevista cedida pelo Dr. Gilmar Fernandes do Prado à revista Super Saudável sobre a SPI.
Destaco apenas o início da reportagem para que talvez entendam como eu me sinto:
Imagine um indivíduo que chega ao médico
queixando-se de uma sensação ‘horrível’
nas pernas, como se sentisse ‘uma coceira nos
ossos’ ou algo parecido como ‘formigas correndo
pelas veias’. A crise ocorre principalmente à
noite, durante o repouso, e só desaparece se as
pernas forem colocadas em movimento. A sensação
de agonia é tanta que alguns pacientes
afirmam que chegam a ferir a própria perna
para que a dor substitua o desconforto e consigam
dormir. Esses indivíduos são portadores
da Síndrome das Pernas Inquietas (SPI), doença
crônica, ainda pouco difundida e que exige sensibilidade
para ser diagnosticada.
Então pensem na situação. Entro no busão, quase tenho que bater em um para garantir meu lugar. Estou levando uma salada de frutas para casa para comer depois da sopa de lentilhas (humm). Carrego uma mochila com as coisas da academia, minha bolsa pesada, livros e etc. Pois bem. Lá vou eu. Carregando tudo com cuidado para não entornar a salada. E lá vou eu. Sento, arrumo as bolas, o ônibus começa a andar e pimba. Tudo pára. Engarrafamento. Tudo bem, vou tirar uma soneca. Daí me recosto e começo a cochilar (é tudo rápido assim mesmo já que vivo com sono) e de repente, acordo, as pernas agoniadas, uma ânsia de esticá-las, uma gastura que eu não sei bem explicar, uma coisa ruim mesmo. Então eu, cheia de sono, tenho que lutar para me manter acordada e estico as pernas para o corredor do ônibus, e balanço-as e nada faz essa sensação terminar. E o trânsito caótico lá. E o caos aqui também.
Enfim chega a hora de descer...descer para pegar o próximo ônibus. E tudo novamente. A caminhada até o outro ponto faz com que a aflição acabe (basta movimentá-las) mas vem o outro momento. Sento em um lugar ao lado do trocador onde poderia esticar as minhas pernas a vontade. Mas peraí, comigo nada é tão simples. O ônibus começa a encher, e a encher e eu segurando a salada de frutas, o calor é terrivelmente terrível, e o povo subindo, e os lugares acabam, mas as pessoas continuam entrando. Eu penso, gente do céu, tem mais ônibus vindo aí atrás, este é o ponto final caramba! Mas como ninguém ouve meus pensamentos eles continuam. A primeira pessoa em pé pára aonde? Obvio que na minha frente, impedindo que eu estique as pernas.
E lá vou eu. Não posso dormir, não posso dormir, se eu descansar ferrou. E vou eu, ocupando minha mente, me sacudindo, tento ler o livro (por sinal um livro excelente - Armas, germes e aço - amanhã falo sobre ele) mas também tenho que segurar a mochila, a salada de frutas (lembram dela?) e a bolsa, e agora o livro, e as pernas...ahhhhhh
E ainda sobe um sujeito e pára entre eu e o cobrador (manja aquele lugarzinho mínimo de passagem?, pois sim, ele parou ali) e eu não podia mais olhar para o lado direito senão dava de cara com o p* do cara. Ai carambolis.
Bem, depois de 3 horas chego em casa. Tomo banho, beijo mariDinho, esquento a sopinha, tentando mandar o estresse embora, como tudinho e enfim vou comer minha salada de frutas. E quanto eu abro o potinho, tcharam...AZEDA.
Fala sério. Só isso que posso dizer.
Um comentário:
Oi filha!!!
Como gostaria que vc nao tivesse nada disso. Que saco!!! as vezes eu tenho essa agonia nas pernas, mas por pouco tempo. Eu creio que sóJesus pode te curar desse mal. Mas não se aflija tanto, pois qdo vc terminar a faculdade de mestrado, vc vai dar aula, e deixar de ir pro Rio, e pegar ônibus cheio. Tem coisas que cada um tem que passar, mas se desse eu passaria por vc. Não gosto de ver meus filhos sofrendo por alguma coisa, mas só me resta orar e pedir socorro a Deus a favor de vcs.Um grande bjo e até a noite!
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