Você sabe qual é a diferença entre eles?
Eu tenho tido algumas experiências com cargos de chefia ou liderança. Uns exercendo, outros sendo submetida. Tenho pensado nisso ultimamente e algumas conclusões vêm chegando em minha cabeça.
Para mim todos podem ser chefes, mas nem todos serão líderes. Todos também podem aprender a ser chefes e podem até exercer boas chefias entretanto liderança não é algo que se aprende. Ou se é ou não se é.
Na minha opinião o líder inspira pessoas, tem palavras boas a declarar, conhece do assulto e também desperta a confiança nas pessoas que lidera. O que ele fala soa bem, os seus gestos são dignos de imitação.
Jesus foi um líder. Sua história, tão bem vivida, tem inspirado multidões até os dias de hoje. Seu modo de agir é digno de cópia (aliás ele nos convoca a isso) e o seu olhar amoroso por aquilo que fazia conquistou a muitos.
Por isso creio que para uma boa liderança acontecer temos que nos apaixonar pelo que fazemos. Temos que viver aquilo com uma intensidade tamanha que aqueles que nos olhem sintam-se atraídos pelo que falamos, fazemos, pensamos.
E porque eu tenho pensado nisso tudo? Bem, durante toda a minha vida exerci posições de liderança. Mesmo sem buscá-las, naturalmente acontecia e lá estava eu, a frente de trabalhos de colégio, faculdades, estipulando o que cada um devia fazer, encorajando aqueles que estavam desanimados, ouvindo e tentando ajudar. Na faculdade também era assim. E no trabalho também aconteceu. Nada que eu buscasse porque eu penso que, em muitos casos, seria muito melhor não ser responsável por nada além do meu próprio trabalho.
Em minha posição sou obrigada a resolver problemas todos os momentos. As pessoas vêm até a mim com dificuldades e esperam sempre que eu tenha uma resposta apropriada. Esperam que eu saiba o que fazer e como fazer. Isso me espanta tanto porque muitas vezes eu não sei nada sobre aquilo e ainda sim consigo dar uma orientação, as vezes não a mais acertada, mas tento sempre não deixá-los sem resposta.
O fato é, que trabalhando nesta área de manutenção onde os problemas são constantes o cansaço no final do dia e da semana é grotesco. Pior ainda quando ainda tenho que ir no final de semana, então é uma roda viva sem fim.
Para mim o pior de exercer a liderança é não poder deixar de exercê-la. De se estar no ar 24 horas por dia. Também ser responsável por tudo me coloca numa posição muito vulnerável. Se alguém tem que brigar, serei eu, se tem que chamar a atenção, demitir ou discutir sério com um fornecedor, a responsabilidade é minha e eu não posso negá-la.
Fico extremamente decepcionada quando um líder se esconde de suas responsabilidades tentando empurrá-la para algum de seus liderados, que fácil, para mim estes não são líderes, são chefes. Líder assume a responsabilidade pelo grupo e vai correr atrás do prejuízo.
Eu acho que críticas são sempre bem vindas. E não vejo nada de errado nelas. Entretanto até nisso essas duas posições diferem. As críticas do chefe são dadas sem pensar, em muitos momentos errados, no auge da ferida. O líder prepara o seu liderado para aquilo. Pensa em como isso pode ser benéfico e o transforma em uma experiência enriquecedora.
Tenho muito que caminhar nesta estrada, muito que aprender, que ser chamada atenção e tudo, mas eu estou cansada. Cansada de pessoas mesquinhas, de chefes ignorantes que não valorizam, não estimam, não se importam.
"A sanguessuga tem duas filhas: Dá e Dá. Estas três coisas nunca se fartam; e com a quarta, nunca dizem: Basta! " (Pv 30:19)
Esta é a característica de nossa sociedade. Muitos querem receber e não se dispõe a dar. Que tristeza. Isso tem me enfadado nessas últimas semanas. Não há descanso, não há boa palavra e a disposição da ajuda.
"Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo.."(2 Co 1:12)
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