Sabe quando um tornado atinge a sua vida e de repente, como mais que de repente você não se reconhece em mais nada? Assim eu sou agora. Não sei quem eu sou mais. Não me reconheço em minhas atitudes e pensamentos. Meu comportamento não é mais o mesmo e eu me lembro remotamente de minha aparência.
Não, esse post não vai ser um lamento só. Apenas uma constatação. Dolorida sim mas necessária. Quem sabe alguém o lê e se prepara para me ouvir pessoalmente. Não são muitos que se habilitam a ouvir. Eu sempre ouvi muito, todos e tudo, talvez por isso nunca tenha dado a chance para meus amigos aprenderem a ouvir ou perceberem que eu também precisava ser ouvida. Precisava de um ombro e de um carinho na cabeça.
É, estou em crise. Crise do tempo.
"Sutil a estratégia que armaram para nós, nos ocupando de trabalhos e propostas, de tal maneira que é quase impossível estar a sós com D-us. O ativismo tem roubado a minha vida de oração, nos impedindo de ouvir a Sua voz, é hora de voltarmos a mais perfeita comunhão com Deus."
Já dizia a música da Ludmila Ferber.
A minha rotina não é minha. É de todo mundo menos minha. Nem me olhar no espelho eu tenho feito. Acordo as 5:15, tomo banho e me arrumo para estar no ponto as 5:30 para poder chegar na academia, perto do trabalho as 7:00. Imagine o ânimo na hora que chego. Realmente deveria ser um prazer, mas é tudo tão corrido que não passa de mais um obrigação. Se eu não fizer sinto dores terríveis no corpo. Então tá! Faço exercício de 7 as 8:00 tomo banho correndo para estar no trabalho as 8:30. Tomo café com biscoito maizena que adoro. Mas agora não posso mais. Estou com gastrite. (mal do século) Então vou mudar a estratégia do café da manhã.
E tem o curso de inglês. 4 ou 5 vezes na semana.
O resto do dia é trabalho.
Saindo do trabalho tenho aulas da Faculdade de Matemática as segundas de 18:00 as 22:00. As terça, quarta e quinta tenho aula da pós até as 22:00 e na Sexta enfim vou ao SHABAT!
Sábado eventualmente trabalho e se não faço isso vou ao cinema com MariDinho! Ai ai ! Adoramos ir ao cinema.
E domingo estou na Igreja. Exauta, impaciente, chata, mal humorada. Para que serve uma pessoa assim? Não ouço direito, não dou atenção, não me compadeço, não sou amiga, líder, companheira suficiente para ninguém. Só quero dormir. O corpo dói. O estômado lateja. D-us misericordioso aceita assim mesmo mas eu estou ficando tão esquecida, tão desatenta. Tão distraída com aquilo que sempre me importei. Não sei ser mais quem eu sou. E não quero me tornar o que tenho sido de uns tempos para cá.
Qual seria a solução neste caso? Não posso largar a pós por causa do trabalho, não posso largar a faculdade porque ela é solução futura para tudo isso. Não posso deixar a academia senão sofro com a fibromialgia e muito menos a Igreja, o Senhor que é a razão eu eu estar viva. Porque apesar de tudo, ainda estou viva e é isso que realmente importa. Até que Ele decida me levar para celebrar com Ele e participar do coral do céu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário