19 março, 2006

Desapropriando-se

Há muito tempo atrás uma amiga pediu para conversar comigo. Ela estava namorando há poucos meses e estava muito confusa. Todos a recriminavam porque o rapaz era pobre, não teria condições para dar "a vida que ela merecia". Suas amigas achavam um absurdo: "tão bonita! Não tem necessidade de ficar com esse cara". Não, ele não era má pessoa. Era trabalhador, esforçado, batalhando para vida como 80% dos brasileiros fazem. Mas ele não era o ideal. O ideal para todas aquelas amigas de nada.

Conversamos e eu pedi que ela observasse o que ELE significava para ela. Quais as qualidades que realmente importavam para ela. O que valia a pena.

Ela entendeu que importava apenas o que era importante. Óbvio? Pergunte a maioria das pessoas e elas não saberão responder. E ela decidiu investir. Se dispor de pré-conceitos que poderiam fazê-la desistir daquele romance.

Hoje, depois de alguns anos, eles estão casados. Olhando para eles esta história me veio a cabeça. O que ela poderia ter perdido se escolhesse a aparência ao conteúdo?

Triste pensar que as pessoas são assim. Vestem-se com a capa do que todo mundo, dos padrões erguidos por uma sociedade que se destrói.

E fica a pergunta para vocês: O que realmente é importante? Aquilo que importa?

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